Alto das Malhadas
No Vale do Côa, Portugal, a arte rupestre da Idade do Ferro constitui um significativo legado cultural. Apesar de ser o segundo período mais representado na arte rupestre da região, ainda há lacunas substanciais no conhecimento sobre esta expressão artística e as comunidades responsáveis pela sua criação. Persistem dúvidas sobre os habitats desses povos, suas práticas culturais e suas interações com o ambiente natural. Para abordar essas lacunas e avançar no entendimento da arte rupestre da Idade do Ferro, o Alto das Malhadas foi escolhido como local de estudo, por estar classificado como possível sítio da Idade do Ferro e estar localizado estrategicamente entre o Vale do Côa e o Sabor, onde foi encontrada arte móvel da Idade do Ferro.O Alto das Malhadas está situado no topo de um imponente maciço granítico, num meandro do rio Douro, próximo à foz do rio Sabor. A sua posição elevada oferece uma vista panorâmica privilegiada do vale de Vilariça, do rio Douro e da Horta de Longroiva. A proximidade com o sítio de Castelo Velho do Monte de Meão, onde também foram encontrados fragmentos de cerâmica manual, revestimentos de argila e derrubes de pedra na superfície (Luís, 2008: 426-427), aliada à classificação na base de dados “Endovélico” como possível assentamento da Idade do Ferro, e à relativa proximidade dos sítios de Castelinho (Santos et al., 2016) ou Crestelos (Silva et al., 2016), onde foi encontrada arte rupestre com motivos da Idade do Ferro, foram as principais razões que nos levaram a escolher o Alto das Malhadas para uma pequena intervenção arqueológica.